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O mercado de vinhos no país, que segue em expansão, já entendeu que não existe “um rótulo para todos”. Cada pai é um consumidor diferente: tem seu repertório de sabores, seu ritual de celebração e até sua “identidade enogastronômica”. A lógica é a mesma de qualquer presente: quanto mais alinhado ao perfil, maior o impacto.
Pai moderno
Pragmático, conectado e fã de encontros sem protocolo. É o consumidor que prioriza frescor e praticidade. Para ele, rótulos jovens e aromáticos, como um rosé seco Fausto Merlot Rosé (Brasil) ou um Pinot Noir Pionero (Chile), cumprem o papel com leveza, acompanhando desde saladas até tábuas de queijos artesanais.
Pai raiz
Tradicionalista, defensor do churrasco de domingo e do vinho robusto. Sua escolha é quase automática: tintos encorpados que honram a carne na brasa, como um Malbec Sir Malbec Prófugo (Argentina) ou um Cabernet Sauvignon Los Incas Reserva (Chile).
Pai gourmet
O laboratório dele é a cozinha. Gosta de vinhos que desafiem o paladar e se integrem à complexidade dos pratos. Um Chardonnay Reserva Dom Cândido cai como luva para receitas elaboradas com frutos do mar ou massas ao molho branco.
Pai viajante
Sua adega é um mapa-múndi. Valoriza vinhos que carregam origem e terroir. Um Touriga Nacional Astronauta (Alentejo, Portugal) é praticamente um convite para embarcar numa nova história.
Pai churrasqueiro
Não basta fazer churrasco, ele eleva a grelha à categoria de espetáculo. Prefere vinhos com presença, como o Tannat Fausto Pizzato (Brasil), ou um espumante nacional de respeito, caso do Cave Geisse Nature.
Pai apreciador
Estuda, entende e arquiva garrafas como quem coleciona obras de arte. Um exemplar da Bairrada, como o Casa de Saima Baga (Portugal) — elogiado até pelo The New York Times — é presente que fala a língua dele.
Pai amante de vinhos
Para ele, vinho não é ocasião, é cotidiano. Abre uma garrafa numa quarta-feira qualquer para tornar o dia especial. Vai adorar um rótulo de vinícola boutique nacional, como o Geração Marselan Dom Cândido.
Segundo Fabiano Cunha, diretor da Wine Concept Brasil, a regra de ouro é simples: alinhar rótulo, paladar e contexto. “Mais do que oferecer um vinho bom, é importante que ele combine com o momento. Esse cuidado transforma a garrafa em um presente com significado”.
No fim, seja raiz, moderno ou gourmet, todo pai merece um brinde que conte a sua história. E para o mercado, a lição é clara: não se vende apenas vinho, vende-se a experiência — e o Dia dos Pais é a vitrine perfeita para isso.