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Definida como uma dieta que exclui produtos animais, o vegetarianismo vem ganhado cada vez mais adeptos a cada ano. Segundo dados da Euromonitor Internacional, apenas em 2018 o montante total de novo vegetarianos no Brasil chegou a 166 mil, assim como mais de 60% da população revelou que gostaria de reduzir o consumo de carne em pesquisa realizada pelo Datafolha em janeiro de 2017.
Apesar de representar uma busca por um estilo de vida mais saudável e coerente com a sustentabilidade, o vegetarianismo representa um mercado que ainda não consegue suprir os novos adeptos, o que pode tornar a vida da pessoa que não come carne mais difícil. Segundo a Associação Brasileira de Supermercado (Abras), a busca por produtos vegetarianos é maior do que a oferta diz respeito a R$ 55 bilhões faturados em 2015 pelo segmento de produtos naturais.
A nutricionista Dani Borges explica que adoção desse novo modelo de consumo e ingestão é um processo que deve ser encarado de forma gradual, visto que engloba um rigor alimentar que pode gerar uma dificuldade de adaptação. “Quando chega um paciente no meu consultório que já não consome tanta carne vermelha e dá preferência à peixes, frango e ovo e apresenta o desejo de retirar esses alimentos da dieta, eu sugiro que ele vá largando aos poucos. Essa é uma maneira mais confortável de ir acostumando tanto paladar quanto organismo a substituição”, aponta.
Esse mecanismo de troca vai depender também do tipo de vegetarianismo adotado. Resumidamente, existem quatro grupos: ovolactovegetarianos, que consomem ovos e laticínios, os lactovegetarianos, que já não têm o ovo na dieta, mas mantém os derivados do leite, os vegetarianos estritos que excluem da dieta tanto carnes, quanto ovos e laticícios e por fim o veganos, que por motivações étnicas excluem todos os produtos de origem animal da alimentação. “Além dos alimentos, esse movimento costuma extrapolar para outras áreas como vestuário. Couro, lã e até mesmo corantes artificiais ficam de fora do estilo de vida vegano”, aponta Dani.
Seja qual for a motivação, a nutricionista alerta que essa troca alimentar deve ocorrer com supervisão para que não ocorram hipovitaminoses e problemas de saúde devido à carência de vitaminas que a dieta vegetariana ou vegana podem gerar sem supervisão e adequação de nutrientes essenciais. “Quanto mais restrita for a dieta, mais cálculos de compensação de nutrientes deverão ser analisados para que não haja déficit de minerais e vitaminas. Substancias como Ômega 3, ácidos graxos, cálcio e zinco podem ficar em falta. Sem contar que a vitamina B12, encontrada exclusivamente em carnes, precisa ser suplementada”, explica.
Segundo ela, essa vitamina em específico atua na formação dos neurônios e também age no sangue e metabolismo. Problemas de concentração, falta de energia ou tontura ao se levantar e fazer esforço podem ser alguns dos sintomas. “Caso não seja observada e tratada de maneira correta, essa falta de vitamina B12 pode lesionar os nervos, causando formigamento ou perda de sensibilidade nas mãos e nos pés, perda de reflexos e confusão”, alerta a nutricionista.
Já no caso de proteínas, Dani Borges aconselha o aumento no consumo de leguminosas de cor verde-escura, feijão, lentilha e grão-de-bico, assim como oleaginosas tais quais nozes, castanhas e amêndoas.
*Com informações da assessoria